Pedreira do Bongue: Piracicaba diz que há estabilidade em fissura e programa novo laudo para 2026
08/11/2025
(Foto: Reprodução) Parte da Pedreira do Bongue, em Piracicaba (SP), com fissura em novembro de 2025
Yasmin Moscoski/g1
A Prefeitura de Piracicaba (SP) afirmou ao g1 que tem monitorado a Pedreira do Bongue, conhecida pelo histórico de queda de rochas, e que a estabilidade do local não apresentou alterações em relação ao último laudo técnico, realizado em abril de 2024.
A administração também informou que a fissura existente na formação, discutida por internautas ao longo desta semana, permanece do mesmo tamanho.
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De acordo com o professor doutor Alessandro Batezelli, do Instituto de Geociências (IG) da Unicamp, é preciso fazer um estudo geotécnico para averiguar a estabilidade das rochas, visto que o material da pedreira, o período de chuvas e a trepidação causada por veículos e construções ao redor podem influenciar o cenário.
A prefeitura afirmou que um geólogo será contratado para elaborar novo laudo no início de 2026 - saiba mais abaixo.
Segurança e novo laudo
Parte da Pedreira do Bongue, em Piracicaba (SP), em novembro de 2025
Yasmin Moscoski/g1
Anunciada há dois anos, a instalação de alambrado de proteção ao redor da Pedreira do Bongue foi suspensa em fevereiro de 2025 sob a justificativa da gestão municipal de Helinho Zanatta (PSD) que a altura do alambrado e tipo de tela especificados no projeto da administração anterior eram "ineficazes".
Recomendada em laudo como medida emergencial há 2 anos, instalação de tela ao redor de pedreira de Piracicaba é suspensa
Agora, a administração afirmou que tem realizado um estudo técnico para segurança da área com previsão de conclusão em 2026.
Segundo a Secretaria Municipal de Obras, Infraestrutura e Serviços Públicos, o projeto prevê a instalação de uma barreira metálica e de uma tela de proteção.
Além disso, a pasta afirmou que um novo geólogo será contratado no início de 2026 para a emissão de um novo laudo do local.
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Por que cai?
A Pedreira do Bongue é formada por dois tipos de rochas: argilito (argila vermelha/roxa) e arenito (areia). Esse é um dos motivos que resultam na queda de rochas, explicou o professor doutor Alessandro Batezelli.
Segundo o especialista, o argilito, ao entrar em contato com a água, tende a inchar, pois absorve a umidade e se expande. Quando o tempo fica muito seco, porém, ele se contrai. Esse processo de expansão e contração se repete ao longo dos meses, fazendo com que o material se desintegre.
“Consequentemente, à medida que vai se soltando o material roxo [argilito], aquela parte que é mais resistente [arenito] vai ficando instável também, porque ela está apoiada pelo material roxo”, informa o professor.
Fatores como movimento vibratório decorrente da passagem de milhares de veículos na avenida aos pés da pedreira, assim como a trepidação causada por grandes construções nas proximidades, podem influenciar o risco de queda de rochas.
Parte da Pedreira do Bongue, em Piracicaba (SP), em que faixas mais escuras são argilito e faixas claras são arenito
Yasmin Moscoski/g1
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